sábado, 23 de agosto de 2008

O Vento


Nesta cave de cimento
Vigésimo quinto andar
Deixou-se de ouvir o vento
Deixou-se de ver o mar

Paredes e mais paredes
Luzes setas a indicar
Corredores, elevadores
Ninguém me vai agarrar

Eu sou o vento

E o vapor cor de rosa
Entra na circulação
Pelos poros p'la garganta
Dorme dorme solidão

Já não sei se é nostalgia
Se é das cenas p'ra dormir
Há quem grame a porcaria
Há quem foda sem se vir

Eu sou o vento
E assobio
E rodopio
E ando do quente p'ró frio

Eu sou o vento
OP 53 - Xutos & Pontapés

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